Pai mantém filho de 3 anos como refém por nove horas em Piripiri



Um final feliz após nove horas de tensão. O desempregado identificado como Edvaldo, 40 anos, fez refém o próprio filho de 3 anos desde o início da noite dessa terça-feira, 11, só liberando a criança após a chegada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar. O caso aconteceu na Rua Francisco Sales de Carvalho, Bairro Prado, em Piripiri.

Tudo começou por volta das 18 horas após um desentendimento entre Edvaldo e a esposa. De acordo com vizinhos, Edvaldo é usuário de drogas e, após discussão com a companheira, passou a agredi-la. A mulher conseguiu se desvencilhar do agressor fugindo de casa para pedir socorro à polícia.

Com a chegada da PM ao local, Edvaldo se viu amedrontado e fez o filho de refém, ameaçando-o com uma facão. Usando a criança como escudo, exigiu que a mulher entrasse em casa, o que não foi permitido pela polícia.

A PM isolou o local e acionou Conselho Tutelar. O comandante da operação, Major Costa Neto tentou negociar a rendição do agressor e não teve êxito.

O vice-prefeito de Piripiri, Murieel Queiroz, que conhece Edvaldo, também foi chamado ao local para tentar a rendição e a retirada da criança, também sem sucesso. Às 23:15, sem conseguir o intento, Murieel deixou as negociações.

Por volta de meia noite, o comandante da operação pediu apoio para a equipe especializada do BOPE, em Teresina.

Antes da chegada da equipe do BOPE, já por volta de meia noite e quarenta, momento de maior tensão. Edvaldo, ao ver a aproximação dos policiais, aparece com o filho no colo e com uma foice em uma das mãos ameaçava os policiais.

Em estado de tensão máxima, a população tentou invadir a casa pelos fundos, tendo sido contida pela PM.

Às 3 h da madrugada o grupamento do BOPE chegou ao local. Uma negociadora, a coronel Júlia Beatriz, especialista nesse tipo de conflito, conseguiu que Edvaldo deixasse a casa e fosse conversar com ela. Em seguida ele entregou o filho para a mãe. “Esse problemas familiares são muito sérios. Mas consegui explicá-lo que se ele continuasse com aquela situação que já durava nove horas, iria piorar a situação dele”, explicou a coronel. “Mas em nenhum momento ele machucou o filho, isso é o mais importante”, finalizou.

Para o Major Costa Neto a polícia tem a sensação do dever cumprido. “Sentimos dever cumprido. Ele se entregou sem atentar contra a vida do próprio filho. Estamos para trabalhar e transmitir a sensação de segurança. E em qualquer situação a população poderá contar conosco”, finalizou.

Edvaldo foi conduzido para o distrito policial onde foi feito o Termo Circunstanciado de Ocorrência. A sua situação pode se agravar se a ocorrência for entendida como sequestro e cárcere privado.

Fonte: Portal Sem Fronteiras