Marden Menezes diz que governo tem que dar exemplo e cortar gastos



Deputado alerta parlamentares sobre peso político caso aumento de impostos seja aprovado.

 

O deputado Marden Menezes (PSDB) disse hoje (17) durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Piauí que o Governo do Estado deveria primeiro cortar gastos antes de propor aumento de impostos. “É preciso, sim, sentar, discutir, debater e é o que estamos fazendo aqui hoje. Agora, se Estado quer aumentar impostos deveria, primeiramente, cortar despesas e isso ele não faz”, afirmou o parlamentar, que completou, “acreditamos é que o primeiro a dar o exemplo deveria ser o Governo reduzindo os gastos”, frisou o deputado.

 

Marden Menezes responsabilizou o inchaço da máquina pública, com a criação de secretarias e coordenadorias, pelo aumento nas despesas do governo e alertou os parlamentares sobre o peso político que recairá sobre a Alepi caso o projeto seja aprovado. “Repassar para a população uma conta que não é dela é um desrespeito. Hoje, o descrédito político está enorme e tenho certeza que o povo vai se voltar contra essa Casa com a aprovação desse projeto”, afirmou.

 

 “Essa Assembleia aqui vai pagar o preço político, vai de novo passar para o cidadão da conta? Vai de novo dizer: vamos aumentar imposto porque o governo do estado precisa gastar mais. É essa a postura que nós vamos adotar?”, questionou Marden Menezes já no plenário da Assembleia.

 

O deputado tucano apontou também problemas estruturais na Mensagem nº 40, enviada pelo Poder Executivo. “Essa é uma matéria eivada de vícios constitucionais. Nós só podemos legislar em cima de lei complementar e esse é um projeto de lei ordinária”, esclareceu.

 

Marden sugeriu que o governo apresentasse um “plano de austeridade” para que a Alepi aceitasse dividir a responsabilidade por medida tão impactante. “Se o governo cortasse despesas e apresentasse um plano de austeridade, essa Casa, inclusive, a oposição, não se negaria a procurar dividir o sacrifício, procurar partilhar a responsabilidade. Agora, o Estado gasta, gasta, gasta, cria cargos, joga dinheiro onde não se deve e acaba que vem aqui aumentar imposto, essa não é definitivamente a postura que nós precisamos para superar a crise”, concluiu.

 

Proposta

 

A Mensagem nº 40 enviado pelo Governo do Estado prevê, entre outras alterações, o aumento das alíquotas do imposto sobre Operações de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), que caso aprovado terá impacto direto no preço de produtos e serviços, entre eles, combustíveis e telefonia. A matéria deverá ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana.