A Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou, nesta quinta-feira (24), um corte de R$ 6,3 milhões no orçamento de 2025, afetando diretamente despesas discricionárias, aquelas responsáveis pelo funcionamento diário da instituição. A redução comprometerá áreas essenciais como assistência estudantil, manutenção de laboratórios, prédios e contratos terceirizados.
Ao contrário das chamadas despesas obrigatórias, como salários e aposentadorias que são protegidas por lei, as despesas discricionárias são as primeiras a sofrer cortes em momentos de ajuste fiscal. Porém, segundo a nota divulgada pela instituição, elas são justamente as que garantem que a universidade funcione no dia a dia.
Segundo a UFPI, a perda de R$ 6,3 milhões representa uma diferença entre o que foi inicialmente proposto pelo Governo Federal e o que de fato foi aprovado no Congresso Nacional. Parte da perda foi amenizada por uma emenda parlamentar de R$ 2 milhões, mas o impacto líquido permanece significativo.
A redução de recursos atinge principalmente o funcionamento da universidade, com R$ 3,6 milhões sendo cortados dessa área, além de R$ 1,4 milhão da assistência estudantil e valores menores destinados ao fomento à graduação e pesquisa (R$ 327 mil) e educação profissional (R$ 411 mil).
"A UFPI forma profissionais, movimenta a economia e transforma vidas. Defender o orçamento da universidade é defender o direito à educação e à ciência no Brasil. A crise orçamentária da UFPI é reflexo de decisões que afetam diretamente o futuro da educação no país. Diante desse cenário desafiador, a Administração Superior reafirma seu compromisso com a defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Nesse sentido, informa que já foram realizadas articulações junto a parlamentares, resultando na liberação de emendas parlamentares que mitigaram parcialmente os impactos do corte, sendo uma delas no valor de R$ 2 milhões. Vale mencionar, ainda, o trabalho intenso e propositivo da ANDIFES junto ao MEC e à Secretaria de Educação Superior (Sesu), de forma articulada com as universidades, fortalecendo a rede de ações em defesa das instituições de ensino superior", diz a nota. Segundo o relatório, as despesas discricionárias que sofreram corte na UFPI incluem recursos essenciais para o custeio das atividades diárias e para a manutenção da infraestrutura da instituição. Esses recursos são utilizados no pagamento de contratos terceirizados, como serviços de limpeza e vigilância, nas contas de energia elétrica, água, telefone e internet, além do pagamento de bolsas estudantis. Também cobrem a aquisição de materiais de consumo, como papel e insumos para laboratórios, bem como a manutenção de imóveis, veículos e equipamentos.