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                                                                            A MÃE DO SANTO

Era início da semana e, mais uma vez, tínhamos a presença de uma ajudante para as tarefas domésticas. Até que a novata se apropriasse das tarefas, eu e minha irmã teríamos que repassar a ela como queríamos que as coisas fossem feitas. Eu sou um desastre na cozinha. Sei fazer, mas não gosto. Não que eu não saiba fazer o “dicumer”. Sei fazer, mas não tenho muitas habilidades para tal mister. Essa coisa de planejar cardápio é, para mim, muito estressante; além de ser também muito desastrada com os utensílios domésticos. Em suas primeiras semanas, Violeta, mais observava do que executava as tarefas. Eu ficava encarregada de preparar e acompanhar a feitura do almoço. Talvez por conta de minha falta de atenção e de permitir falta de controle em meus pensamentos, tenho cometido, vez por outra, pequenos acidentes domésticos, tais como: deixar queimar o arroz, esquecer de pôr ou pôr sal demais nos alimentos, acender boca errada do fogão e só perceber isso depois de um certo tempo etc. O mais comum mesmo é derrubar colheres e garfos ao chão. Outra coisa que me aborrece bastante é ter que ficar de plantão ao lado do fogão até que tudo esteja pronto. Pratico um levantar de tampas sem fim. Imaginem.... Pois bem!!! Esquecida que eu estava  de que tínhamos uma estagiária em nossa cozinha, continuei a preparar o rango do dia.   Desta feita, ao levantar a tampas de uma das panelas, não lembrei da outra panela ao lado que ardia de longe de tão quente. Acidentalmente, encostei naquela fervura e esbravejei:

- Piiiiiiiiiiica!!!!!!

De olhos arregalados e reprovativos, Violeta não se conteve e, indignada, soltou o que, para ela, seria agressivo dizer à dona da casa, principalmente, no primeiro dia no trabalho:

- A senhora é muito imoral!!!!

Pensei rapidamente em algo para desconstruir a imagem que a assustada Violeta estava fazendo de mim. Vai que ela não fica no emprego e sai a espalhar por aí que vivo a dizer nomes feios e que sou indecente!?...

- Alto lá, repreendi-a.

- Estou chamando pela nome de uma santa. Melhor dizendo, pelo nome da mãe de um santo. Você conhece São Francisco?

 Um balançar de cabeça afirmativo fez com que eu continuasse em minha defesa, pois já tinha lido a biografia desse santo e lembrei-me dos nomes de seus pais: Pedro Bernardone e Dona Pica Bernardone, ambos italianos, mas que pelo significado em nosso meio, a igreja faz referência tão somente ao nome do pai do glorioso santo.

Sabe, caro(a) leitor(a), quando se é salvo(a) pelo gongo?!...

Assim fui eu na explicação que dei para a atônita Violeta. Apesar de duvidar de minha resposta e talvez procurar por outras fontes se eu não mentira, o certo é que ela assumira o posto de fazer nossas tarefas domésticas por muito tempo.

Para concluir, apenas uma advertência;

SEJA RÁPIDO(A) NAS EXPLICAÇÕES E NUNCA DEIXE QUE UMA PRIMEIRA MÁ IMPRESSÃO ATRAPALHE O ANDAMENTO DE SEUS OBJETIVOS. AFINAL, EM QUASE TUDO, NA VIDA, VOCÊ PODE NÃO TER UMA SEGUNDA CHANCE.